28 de fev. de 2011

Um dia vou construir um castelo
Parei tragicamente as contagens de pedras que encontrei no meio do meu caminho... Parei porque perdi as contas e porque encontrei coisa melhor para fazer. Acredito hoje que o tempo não tem o poder de curar nada. O tempo apenas tira o incurável do centro de nossas atenções. Você tem seu motivo para ler meus textos. Você tem seus motivos para estar sorrindo e outros para querer derramar um jato de lágrimas. Motivos todos nós temos. Motivos machucam? Sentimentos consomem. Consome nossas forças e nossos sonhos. Há sentimentos lindos como alegria e outros inquietantes como tristeza. Mas tenho o direito de estar triste. Tenho não porque queira sofrer, mas porque sei que tenho limites e sei que não é em todas as ocasiões que meu sorriso consegue tapar uma lágrima e um suspiro. Ultimamente meu olhar anda concentrado no caminho que tomou meu sorriso. Não sei até quando vou ficar olhando para esse deserto. Mas me dou o direito de olhar. De chorar. De me calar. Mas não abro mão de buscar a felicidade. Quando encontrá-la não sei o que vou fazer, penso em pedir um autografo dar um abraço e sentir seu perfume. Não... Provavelmente vou perguntar o nome e esquecê-lo 10 minutos depois (...). Então é melhor pegar o autografo, assim irei lembrar-me do seu nome e da sua letra. Sua letra, pois saberei que dedicou alguns segundos para que sorrisse. Felicidade então ande sempre com uma caneta, quero te encontrar e o resto à gente combina depois...

“Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinho,
Há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas!”  
Machado de Assis

Um dia vou construir um castelo com essas pedrinhas...

26 de fev. de 2011

Quem anda escrevendo seus romances?
   Mesmo que sentisse seu abraço forte e os ponteiros cessassem o trabalho para contemplar essa romântica cena, Júlia não sentia o oxigênio irrigar seus tecidos. Por outro lado, sentia uma avalancha corromper sua inspiração sufocando anestesiamente seus desejos e seus planos. Ela queria continuar a vê-lo, mas não conseguia aceitá-lo. Ela o amava. Nunca tinha o traído, nem pretendia. Mas estava traindo a si mesma. Recusando seus anseios e seus medos para deixá-lo seguro.  Suas fobias foram apagadas e enterradas junto com seu orgulho. Já não pensava mais em si, nas horas que poderia diverti-se ou sorrir, apenas perdera a alegria de ver novos rostos e descobrir novas histórias e aparecer para a felicidade. Escondera-se. Refugiada em sua escuridão abafada, isolada de calor humano, desprendida dos olhares calmos, presa nas correntes do medo, amou Júlia. Amou como ninguém. Amou um alguém. E ainda ama... Só não sei quando irar parar de se rastejar já que ela gosta da vista lá de cima. Mas agora Júlia tem fobia do sol. Não consegue confiar mais na luz, pois ela não pode tocá-la. Não confia em nada que não toque. Confia no amor, já que ele o toca e perfura sem cessar sua alma. Confia nos amantes e no amor. Confiasse em si, temendo cair, temendo não conseguir. Vive enclausurada pela sua trajetória, condenada a vida. Condenada a ver por uma janela o rastro do seu amor. Até que se sinta digna de ...
   -Júlia acorda café da manhã ...

22 de fev. de 2011

“A vida é bela”
Tenho a maior idade penal. Teoricamente minhas mãos já se permitiam tocar ao volante, sem perfurar meu bolso. Mas que volante? Ou pior que bolso?? Meu bolso está em outras calças. Minha cabeça em outros mundos. Meu ouvido se poluindo. Meu coração palpitando, claro estou viva ... Mas já chega -SENTA CORAÇÃO PIRATA! Já não confio mais em te, lata saltitante. Não confio mais no seu galope. Se quiser arrombar a caçoleta, arriar e paralisar fica a vontade. Mas saiba que vou me virar mesmo que você sequestre todo meu sangue. Vou continuar a tentar ser feliz.
E assim partiu o coração derrameando o neurônio em lágrimas.
As mãos param de se concentrar no volante e a estrada pára. As mãos presenciam o pranto. – Ei neurônio cadê o seu amor próprio?
Confusamente o “neu” procura explicação lógica para se confortar: - Esqueci dentro dos meus nervos de aço. Se foram com meu eterno coração. Agora eternamente ex. Não quero meu coração. Mas devolva-me minha saúde de ferro. Devolva meus nervos de aço. Preciso ser feliz.
Moral: Necessariamente uma história para ser bela não precisa ter uma moral dita pelo autor. Cada um tem sua história. Cada um escreve sua moral. Cada um escreve sua trajetória. Quando se ama não existe erro. Quando existe egoísmo se pensa que ama. Quando se ama existe perspectivas. Muitas vezes somos “mãos” na vida. Em outras ocasiões agimos como o “coração”. Mas na grande maioria somos “neurônio” puro. Nenhum é certo ou errado. Faça o que seu coração pedir. Execute boas obras com as mãos. Com a cabeça amadureça. E nesse intervalo revele o seu sorriso.

Amor próprio não é egoísmo.
Humilhação não é amor.
Agir não é esperar.
Ser feliz é tentar.

18 de fev. de 2011

(Foto do meu antigo perfil do Orkut)

Raramente um “eu te amo” é pronunciado pelos meus lábios. Quando esse fato acontece significa que colocarei a mão no fogo pelo cidadão em questão, ou o braço em uma frigideira, dependendo das circunstancias.

Enquanto lutava para controlar os efeitos do Maracujina um amigo declarou algo:
- Quando eu sair do IF quero sair escrevendo como vocês. Gostei muito da forma como vocês escrevem e o que escrevem. Boy, Essa Nossa Mania (http://maniadefelicidade.blogspot.com/) e Cachinhos são massa...
Minutos antes minha afilhada no meio de gargalhadas me disse que havia gostado de alguns posts e poemas.
E eu agradeci a eles por lerem meus escritos e meus desabafos inspirados, também conhecidos como poemas?  Claro que não. Nesses últimos anos recebi milhares de depoimentos no Orkut com declarações de amor. Esses dois depoimentos ditos oralmente não são nada comparados ao que já li nessas redes “sociais”. Repito: Não são nada. E sim TUDO. Poucas mensagens serão lembradas com tanto carinho e com tanta honra como a que escutei hoje de Fábia Justino e de Ítalo Gustavo.
Exausta da falsidade que mantém o Orkut em circulação estou tentando aprender a viver sem ter que declarar nada as pessoas que não convivem comigo. Nada que move minha vida. Nada que não seja da conta de ninguém. Privacidade é algo que cada um deveria manter privado. Não estou aqui justificando minhas escolhas, apenas relembrando que não respiramos spans e sim sinceridade. Consumimos amor e não perfis fakes e declarações fuleiras. Você consegue mudar o perfil e mudar a sua farsa você com a mesma facilidade. Parabéns para você.
Amar alguém cada vez estar mais raro. E quando se ama demonstra-se por mensagens virtuais. E o pior, apenas por mensagens virtuais. Que amor é esse que não consegue se libertar das teclas? Que amante (pessoa que ama) você estar se tornando? Éramos felizes, mas nos deram espelhos.
Muito obrigada a todos que ganham um pouco do seu tempo deixando o Orkut de lado e lendo minhas revoltas carimbadas pelo Word. Muito obrigada por comentar os textos em que eu derramo meu suor. Meus poemas em que enfeito com o sangue dos meus nervos nada de aço. E obrigada por me deixar dizer que o homem não morre quando deixa de acessar seu login e sim quando deixa de amar.
Obs: frase original → “O homem não morre quando deixa de respirar e sim quando deixa de amar.” Charles Chaplin 


17 de fev. de 2011


Cada coisa no seu lugar. Cada coisa no seu tempo. Nem a minha inspiração vem no momento em que eu abro as portas para ela, ou melhor, no momento em que estou quieta pronta para escrever. Quando menos espero versos se entrelaçam e formam meus diálogos, rabiscando meu percurso a procura de explicações. Agora por exemplo estou presa no banco traseiro de “Maverique” (carro do meu primo), porque o banco dianteiro num quer me deixar sair. Um ambiente com uma atmosfera com a fragrância de gasolina não é o melhor lugar para se pensar na vida. Pensava eu até então. A vida não dar satisfações. Ela também não segue um rumo que planejamos. Muito menos nos agrada a todo momento. Mas são esses momentos os únicos que podemos ser felizes. Não gosto da expressão “construir a felicidade”. A felicidade existe já prontinha para ser vivida. Podemos construir sonhos e ao realizá-los ficar feliz. Mas a felicidade estar em viver intensamente. Cada um a seu modo. Cada modo único. Cada único esperando você erguer os olhos e se divorciar desse medo que te persegue. Se você buscar a felicidade possivelmente não a encontrará aonde procura. Mas provavelmente irá vive-la enquanto ama. Então estar esperando o que para ser feliz? Vá lá, eu resolvo os papeis do divorcio do seu relacionamento com o medo enquanto você procura o amor. Não demore muito a tomar essa decisão, caso contrário terá que pagar pensão para a Solidão Júnior, ou Solidão Filho como vocês decidirem chamá-lo.



Vá em frente
Tenha o coração como guia.
A sua cabeça como conselheira.
Os ouvidos como professores.
Os olhos reflexos de bondade.
A boca como mestre.
As mãos erguidas.
Os pés firmes.
Os sonhos altos.
A barriga cheia.
A mente aberta.
Peito leve.
Sorriso largo.
Felicidade à vista!

16 de fev. de 2011

INFUNDAMENTAL
Um todo,
Com minha parte
Torna-se incompleto.
Um nada sem mim,
Preenche-se de compreensão.
Mas o que seria do nada sem o todo?
Morremos em busca de resposta,
Vivemos a base das perguntas.
Se tudo é relativo,
A morte também é?
Perguntas também são relativas?
Vivemos na incerteza,
Tendo como única verdade o destino de falência.
Onde somente a fé não é destruída ou modificada.
Logo somos aquilo que acreditamos,
Que mesmo não sendo real,
Que isto também é relativo
É a única verdade que levamos conosco.
Logo a loucura não é relativa,
A relatividade não é sã,
Sã são os que não têm medo de perguntar e de responder
Também conhecidos como loucos e poetas.
                                               

                                         Lise Felitas  

11 de fev. de 2011

♥ Testes de Amor ♥


Ao contrário de muitas garotas e das minhas amigas, não comecei minha vida “romântica” cedo, ou melhor, precocemente. Hoje procurando uma nota fiscal em minha bagunça encontrei um real mal gastado no meio do entulho.  Nos meus 12 anos R$ 1,00 dava para comprar um kinder ovo e ficar feliz durante uma semana. Mas decidi ignorar meu estômago e ocupar minha mente. Comprei uma revista. Hoje diria que fui estúpida, fiquei com fome de kinder ovo e perdi um real. Mas aos 12 anos era preciso que as futuras mocinhas aprendessem ter jogo de cintura para despertar os corações dos rapazes e deixar os “gradeados” bem longe (maconheiros da escola).  
Fui à Discot depois da educação física com uma amiga. Senhora Mislainy Mayana Moura(http://pensamentosinuteiis.blogspot.com/) com quem fiz minha primeira poesia, e hoje a  responsável por despertar em mim o vício de escrever. Compramos cuidadosamente nosso manual de conquistas. O tempo passou. As aulas de geografia enfadonhamente terminavam, para nossa alegria. Os gradeados continuavam na área. E a gente conseguiu namorado? A resposta estar na cara. Não. Mas não conseguimos porque deixamos de obedecer a alguma regra da revista, como pensávamos. Mas porque não era o momento certo.
Queria voltar no tempo e comprar meu kinder ovo com aquele real. Queria ter sido uma menina de 12 anos menos boba. Queria ter dito isso as minhas amigas. Queria ter aprendido mais cedo que o amor não é um jogo. O amor é uma filosofia de vida. Mas aprendi isso na marra. Aprendi com sorrisos e lágrimas. Aprendi e ninguém me tira isso. Ninguém me tira mais o dinheiro dos meus kinder’s ovos.


8 de fev. de 2011

Palavras soltas. Sentimentos presos.

                Bombas em palavras explodiram meu sonho, ou melhor, minha fantasia de acreditar que todas as pessoas querem o seu bem. Esbarrei em alguém um dia desses. Esbarrei meus ossos. Trinquei meu coração. Banhei meus olhos. Fermentei meu sangue. Depois ri dessa idiotice. Seu olhar não apenas cruzou o meu. Penetrou em minha alma e revirou minha paz. Que autoridade essa pessoa tem sobre mim? Nenhuma. O que ganho com isso? A possível mudança da reação das pessoas ao olharem e como olharem umas as outras. Ninguém estar pedindo para amar e ficar perto de "fulano". Então se não gostam do "fulano", não finjam o amar.
                Desabafo de "cicrano" que chora por culpa de 8 olhares traiçoeiros e um olhar mentiroso que o rodeia e vigia.  

5 de fev. de 2011

Com a Jardinense você aprende:


1.    Chegar pontualmente a rodoviária sabendo que ela irar se atrasar.
2.    A controlar suas lágrimas e se contentar em olhar apenas a rodoviária.
3.    A ligar para sua mãe e dizer que estar com vontade de sair correndo.
4.    A xingar os cobradores ...
5.    A pedir dinheiro para dois ou três lanches a mais.
6.    A não andar sozinha.
7.    Nunca aceitar fanta de estranhos, nem nada semelhante ou não semelhante, mas nada que venha das mãos de pessoas desconhecidas.
8.    Nunca pedir informação de localização a taxistas.
9.    A ouvir histórias de vida de pessoas que provavelmente você nunca mais irar ver, mas sempre irar lembrar os conselhos e os carões também.
10. A ouvir lamentações.
11. A ouvir desabafos.
12. A ouvir histórias incríveis.
13. A ficar sentada corretamente e falar baixo.
14. A não conversar com o motorista.
15. A não marcar nada que requer sua presença na hora exata no dia em que for viajar.
16. A ter crédito no celular para avisar que vai se atrasar.
17. A carregar a bateria do celular antes de sair de casa para ligar avisando que vai se atrasar mais que o previsto.
18. A desabafar confidências ate então indecifráveis, né?
19. Que basta uma conversar para sentir a diferença de uma realidade para outra e ver que não é a toa que a Jardinense quebra, anda de-va-gar e atrasa, porque em duas cadeiras se tem mais que duas pessoas se comunicando, tem duas pessoas desconhecidas com experiências semelhantes, aspirações parecidas, sonhos igualmente humilhados e vontade de chegar em casa cedo e de mudar a realidade dura e injusta que vemos através da janela e que se sente no peito.


(Mimicão animada para embarcar)
(Respirando enquanto espero)

1 de fev. de 2011

Uma oração no fim da tarde

  Ah quem me dera os dias serem menos curtos
Não pudesse no fim ver o medo
Não sentir a saudade devorando meu peito
De acender essa paixão sem receio!

Se tivesse autoridade de ao menos amar a mim primeiro,
Com a alma lavada e o espírito em harmonia
Entregaria a Nosso Senhor meus dias,
Seria seu fiel e domável cordeiro...

Mas não suporto imaginar tal absurdo,
Consagrar ao meu Pai uma maculada trajetória
E depois clamar por vitória
Fingindo não ver meus defeitos por ser surdo!

  Que algum dia essa ovelha enxergue no amor
a mais pura oração
A mais doce canção
Que os olhos humanos podem suportar
Abençoa-me Senhor!
Antes que não possa mais amar!

Rotina Emponteirada



Meu dente siso dói. Lavo o rosto. Enxágue bucal. Procuro Pototo. Mochila nas costas. Corro. Subo a ladeira. Chego à parada. Espero. Espero 7 segundos. Chega seu Jandir. Subo. Sento. Olho além da janela. Aceno para a casa da minha tia. Nunca sou vista. Benzo-me ao passar pela igreja. O carro freia. Claudinha sobe. Seu Jandir sorrir. Aceno para Marquim. Jerfesson me fala algo em japonês. Respondo la question em espanhol. Tem prova hoje. Pego o assunto. O sinal fecha. Seu Jandir xinga baixinho. Claudinha não estudou. Alívio. Claudinha é inteligente. Vou me ferrar. Cheiro de gasolina. Posto Lais XVIII. Lequinho nos ultrapassa. Mis sobe. Lorena se ajeita no banco. Olho a Universal. Barbossa me ajuda a decorar as questões. Cruzamos a praça. Gritaria. O ônibus freia. Gameleira corre. Tento encontrar King Kong. Amarro o cabelo. Fome. O sinal fecha. Vejo Fabiana. Aceno. Gelo. Cabeça na janela. Grito. Fabiana olha. Sirleya ri. Noticia ruim chega.  Concorrência do vestibular.  Começo a chorar.  Meu celular toca. Mensagem! “Te amo Nanda”. Não sou Nanda. Não tenho cara de Nanda. Larissa me consola. Rodoviária cheia. Jardinense a bordo. Calor. Não consigo decorar. Rebeca me ajuda. Barbossa ler. Olho o urso na vitrine. O meu urso. Hospital estar cheio. A capela também. Muita gente. Pouco ônibus. Um ônibus. Abro a janela. Respiro. Tento. Nenhum ar. Começo a cantar. Estrada de barro. Os universitários descem. Bebo água. A barriga dói. Minha mãe me liga. Bois na estrada. Medo de vacas. Fecho o caderno. Uma lombada. Seja o que Deus quiser. Segunda lombada. Caimbra nas mãos. Qual sua concorrência? Zidane o vestibular. Levanto. Espero. Empurro Jerfesson. Todo mundo sai. Xau seu Jandir. Desço. Prova. O professor falta. Saio gritando. Pulo. Levo carão. Vou lavar as mãos. Não acho Pototo. Volto ao banheiro. Acho no bolso. Enjôo. Provas impressas. Bedeu aplica a prova. Cadê meu celular? Mudam-me de lugar. Celular toca. Me ferrei. Segunda bronca.  Alô? Terceira bronca. Corro ao laboratório. Reservo a aula. Retorno a ligação. Sem área. Tiro a bateria. Tento fugir. Prova me chama. Entro na sala. Cara feia me espera. Começo a prova. Nunca termino. Toca. Compro água. Caras feias. Olho a parede. Vejo as placas. Inveja. Rezo. Tenho amigos. Não tenho tempo. O toque continua. Minha rotina continua. Continua.

Hoje a madrugada está proporcionando o clima adequado para uma entrega inteira aos meus devaneios, aos meus cadernos e as minhas cifras....