Se
possível um fundo musical com a música Para ser sincero de Engenheiros do
Hawai.
Carlos.
Calos. Cal
Não sei vocês, mas quando recebo um e-mail
que tem mil e quarenta e sete destinatários me sinto como mais um no meio
daqueles que irão recebê-lo e lê-lo.
Mas esse não. Nesse e-mail estou mandando para as pessoas que senti
vontade de mandar. Cada um. Muitos de vocês eu não vejo há tempos, não converso
há séculos, mas por inúmeros motivos. Mas nenhum desses motivos é suficiente
para eu não recordar das risadas que vocês arrancaram de mim. Até de neguinha
me arrancava risadas na academia, vocês são fodah kkkkkkkkkkkk (Estou citando o
nome em especial de Neguinha porque todos sabem o sacrifício que venci para
criar forças para frequentar a academia e mesmo assim me diverti muito lá).
Se decepção matasse minha missa
de 30 dias teria acontecido há oito anos. É eu tenho boa memória sim, mas o que
me faz recordar acontecimentos, fatos, situações, circunstancias e mágoas é que
elas não são tão presentes assim em meus dias, deve ser por isso que me
fragilizo quando encaro essas ondas.
Observando os calos que tenho em
minhas mãos comecei a pensar e a associar histórias... Presta atenção, segue
meu raciocínio: Nossas mãos criam calos quando a gente começa a trabalhar no
pesado. No início nossas mãos doem. Sangram, ficam vermelhas, mas com o tempo
elas vão criando uma camada mais grossa que protege das agressões. Essa camada
protetora são os calos.
Tudo bem, os calos protegem
nossas mãos, e o que há de errado nisso? Alguma vez você já recebeu uma
massagem de uma mão muito áspera? Deve ter sido um pouco nada relaxante, não é
mesmo?
Ai está o problema. Quando a vida
maltrata muito a gente nos tornamos mais fortes, às vezes tão fortes que
desaprendemos a demonstrar consideração. Isso mesmo, não estou citando amor
nessa história, estou citando consideração. Não necessariamente é preciso amar
para ter consideração com alguém, é só ter a consciência de que o sol nasceu
para todos e que problemas acontecem até nas melhores famílias.
Eu estou fazendo a coisa que mais
detesto e que não admito que é fazer dá sermões indiretamente. Mas podem crer
isso está me asfixiando. Podemos
atribuir a falta de consideração que temos às pessoas (Carlos, Marcia,
Severina, Alinne), podemos culpar os calos que com que a vida nos revestiu e
nos impediu de sermos mais sensíveis ou podemos continuar parados e
insignificantes. Achas que só têm essas três saídas? Culpar, culpar e parar?
Não! Deixei a melhor parte para vocês: Descobrir como melhorar e botar em
prática.
Esse texto iniciou-se com a intenção de
ser a introdução de um e-mail que recebi, e-mail este muito lindo vale
salientar, mas as palavras escapuliram dos meus olhos e não pude deixar o silencio
tomar conta da cozinha mais uma vez. Resolvi postar porque acho que tem alguém
ai precisando ouvir isso. Porque pelo menos comigo o que acontece é que tudo o
que eu leio, intencionalmente ou não, é de muita valia. Tudo que alguém escreve
deve ser lido e passado a diante. Algumas palavras podem germinar um olhar e a
coragem de mudar o dia seguinte. Algumas
palavras e um gesto. As mãos são a
continuidade da boca. Trabalhe os dois coordenadamente.
Alinne Louise