1 de fev. de 2011

Rotina Emponteirada



Meu dente siso dói. Lavo o rosto. Enxágue bucal. Procuro Pototo. Mochila nas costas. Corro. Subo a ladeira. Chego à parada. Espero. Espero 7 segundos. Chega seu Jandir. Subo. Sento. Olho além da janela. Aceno para a casa da minha tia. Nunca sou vista. Benzo-me ao passar pela igreja. O carro freia. Claudinha sobe. Seu Jandir sorrir. Aceno para Marquim. Jerfesson me fala algo em japonês. Respondo la question em espanhol. Tem prova hoje. Pego o assunto. O sinal fecha. Seu Jandir xinga baixinho. Claudinha não estudou. Alívio. Claudinha é inteligente. Vou me ferrar. Cheiro de gasolina. Posto Lais XVIII. Lequinho nos ultrapassa. Mis sobe. Lorena se ajeita no banco. Olho a Universal. Barbossa me ajuda a decorar as questões. Cruzamos a praça. Gritaria. O ônibus freia. Gameleira corre. Tento encontrar King Kong. Amarro o cabelo. Fome. O sinal fecha. Vejo Fabiana. Aceno. Gelo. Cabeça na janela. Grito. Fabiana olha. Sirleya ri. Noticia ruim chega.  Concorrência do vestibular.  Começo a chorar.  Meu celular toca. Mensagem! “Te amo Nanda”. Não sou Nanda. Não tenho cara de Nanda. Larissa me consola. Rodoviária cheia. Jardinense a bordo. Calor. Não consigo decorar. Rebeca me ajuda. Barbossa ler. Olho o urso na vitrine. O meu urso. Hospital estar cheio. A capela também. Muita gente. Pouco ônibus. Um ônibus. Abro a janela. Respiro. Tento. Nenhum ar. Começo a cantar. Estrada de barro. Os universitários descem. Bebo água. A barriga dói. Minha mãe me liga. Bois na estrada. Medo de vacas. Fecho o caderno. Uma lombada. Seja o que Deus quiser. Segunda lombada. Caimbra nas mãos. Qual sua concorrência? Zidane o vestibular. Levanto. Espero. Empurro Jerfesson. Todo mundo sai. Xau seu Jandir. Desço. Prova. O professor falta. Saio gritando. Pulo. Levo carão. Vou lavar as mãos. Não acho Pototo. Volto ao banheiro. Acho no bolso. Enjôo. Provas impressas. Bedeu aplica a prova. Cadê meu celular? Mudam-me de lugar. Celular toca. Me ferrei. Segunda bronca.  Alô? Terceira bronca. Corro ao laboratório. Reservo a aula. Retorno a ligação. Sem área. Tiro a bateria. Tento fugir. Prova me chama. Entro na sala. Cara feia me espera. Começo a prova. Nunca termino. Toca. Compro água. Caras feias. Olho a parede. Vejo as placas. Inveja. Rezo. Tenho amigos. Não tenho tempo. O toque continua. Minha rotina continua. Continua.

5 comentários:

  1. Emyllene diz:
    Amei ^^
    boy, Alinne, ficou bom! E é bom que compartilho de, no mínimo, metade desse pedaço de rotina!!
    =)

    ResponderExcluir
  2. Obrigada Emy e Mys
    Vocês duas sabem muito bem como é ter uma rotina dessas e conviver com gente avexadinha não eh?!
    kkkkkkkkkkkkk
    ^^

    ResponderExcluir
  3. Eu digo:
    Amei ^^
    boy, Alinne, ficou bom! E é bom que compartilho de, no mínimo, metade desse pedaço de rotina!!
    =)
    kkk

    ResponderExcluir
  4. kkkkkkkkkkkk
    "Infelizmente" você também foi alvo...
    "Infelizmente" porque vai falar isso para alguém que vive isso segundamente (todos os segundos) ¬¬


    ^^

    ResponderExcluir

Hoje a madrugada está proporcionando o clima adequado para uma entrega inteira aos meus devaneios, aos meus cadernos e as minhas cifras....