27 de mai. de 2011

Até que ponto nossas necessidades humanas fazem transbordar o cálice que brindamos vitória manchando nosso uniforme? Até o ponto em que você criar coragem de assumir sua independência e organizar sua vida, domesticando seus hormônios e assumir sua necessidade e carência. Somos assim, carentes, incompletos, pensadores, humanos.
Hoje recebi esse texto de um amigo. Resolvi postar não apenas porque gosto do seu trabalho, mas também porque me tocou bastante o momento em que ele está vivendo. Boa leitura.

“Buscando o outro
Quantos de nós já não sentimos um vazio, uma sensação de estarmos incompletos, sozinhos...?? Bem, é assim que me sinto. Refletindo a respeito, pude considerar, e não concluir, que minha angústia advém do fato de não ter encontrado alguém que me compreenda, entenda meus anseios, dúvidas, que me dê força nas horas mais necessárias. Alguém que esteja sempre disposto para me escutar e dar uma palavra de conforto, e que, sobretudo, me ame de verdade.
           Claro, que tenho meus pais e amigos com quem posso conversar e que me amam incondicionalmente, a ponto de darem as suas vidas por mim se preciso, mas parece não serem suficientes. Tem determinadas coisas que só podem ser compreendidas e ditas quando existe uma relação íntima e de fidelidade entre duas pessoas. Algo além do amor de pai e mãe e da mais intensa amizade entre dois amigos. Traduzindo: o outro, nesse caso, seria a própria extensão do EU. É ele que nos completa, possuindo aqueles defeitos e qualidades que não temos. Não é uma cópia exata do nosso ser, mas é a parte faltosa da nossa Alma. Dessa forma, não posso falar em “Almas Gêmeas”, já que o Outro é justamente o nosso complemento e até mesmo chega a nos ser antagônico. Não busco e nem quero alguém igual a mim, mas sim uma pessoa que tenha a sabedoria e otimismo que não tenho, a força e a coragem que me faltam para enfrentar os obstáculos que surgem, a maturidade e uma visão mais ampla da vida, capazes de me fazer enxergar as múltiplas possibilidades e caminhos existentes nesta.
. Enfim: alguém que me ensine a viver e a gostar de mim mesmo. Que me faça ter confiança nas minhas habilidades e no meu potencial nas situações mais difíceis. Que não só me levante durante a queda, mas mostre-me como não cair novamente. Que me faça sentir amado e importante. Disso é de que preciso, ou melhor, todos nós precisamos.
            Não posso deixar de descartar o fato de minha fala revelar uma intensa baixa estima, e realmente, estou meio “deprê” ultimamente. Talvez só o OUTRO não me baste, e sim, um sentimento de amor e reconhecimento próprios. Não raro, fico odiando a mim mesmo por coisas banais, sem importância. São frequentes também sentimentos de frustação, desvalorização do meu ser, e de inferioridade. Pensando sobre, compreendi que preciso aprender a me amar acima de tudo, e ser mais tolerante comigo mesmo, pois, todos somos passíveis de erros, e, tampouco, estamos sempre dentro dos moldes de beleza inatingíveis pregados pela sociedade, mas nem por isso devo sentir-me inferior. Sou um ser humano, e mais do que o lado físico, possuo uma imensa riqueza e beleza espiritual. Sou muito mais do que matéria, sou pura ENERGIA. Energia esta que contagia todos ao meu redor e me torna próximo e querido por estes. Isto é o que realmente importa: valorizar a si mesmo, para poder ser valorizado pelos demais. Mas do que o Outro, Eu sou o verdadeiro vetor de mudanças significativas na minha existência, dando-lhe novos significados e funções. Só assim, poderei viver plenamente, gozando de todas as coisas boas – e ruins - que a vida me oferece, sempre colocando o meu espírito como o centro das atenções. Dessa forma, qualquer sensação de vazio e solidão será passageira, ficando em seu caminho apenas o desejo de vencer e superar cada novo desafio com fé e coragem, porque o limite do nosso Ser é o Infinito.”
                                                                       Texto e sentimentos de Joabio Alekson

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Hoje a madrugada está proporcionando o clima adequado para uma entrega inteira aos meus devaneios, aos meus cadernos e as minhas cifras....